Tudo o que vale a pena não está aqui.



O Paciente Inglês


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Aproveito o dia de aniversário desta senhora para falar de uma das minhas fraquezas: o meu gosto por comédias românticas e melodramas épicos, géneros próximos no conteúdo, distantes na forma. Queria evocar um filme, acima de todos, onde Juliette Binoche brilha (embora continue a preferir o seu rosto em Azul), apesar da concorrência desta outra senhora de uma beleza menos clara, mais sensual. Refiro-me, é claro, a O Paciente Inglês, obra desprezada pela crítica, clássico apesar das muitas imperfeições, um filme que tem o seu lugar reservado na galeria onde figuram Casablanca ou Lawrence da Arábia, por exemplo. Deixando de parte o tema comédia romântica (e não colocando aqui uma imagem da rainha do género, Meg Ryan), falo um pouco do melodrama. Chamar a tristeza, é disso que se trata. Como se de um fado se tratasse, e por isso rondando sempre, perigosamente, os limites do bom-gosto. Poderia falar de Almodóvar, mas isso é outra coisa, ou sugerir Vincent Minnelli e Douglas Sirk, apesar de pouco conhecer da obra dos dois. O que mantém O Paciente Inglês acima da linha de água é o deserto (e a imagem não é propositada). Sei que partilho esta ideia apenas com aqueles que se fascinam com estas paisagens, mas mantenho; o calor que se cola, o fino véu de areia que vela os corpos de Juliette Binoche, Kristin Scott Thomas e também Ralph Fiennes, o cheiro do deserto que perpassa da tela: aquilo que quase consegue tornar este filme uma obra-prima. Na impossibilidade de reproduzir aqui o fotograma da sequência passada no quarto de hotel mergulhado na penumbra, onde ambos se refugiam enquanto decorre uma festa de Natal, aquela em que Fiennes diz a Scott Thomas qual a parte preferida do corpo de uma mulher (e aqui apercebo-me da fraqueza das palavras ao recordar a imagem), na impossibilidade de ter uma fotografia dos três no filme (brilhante a estrutura em forma de espelho, o cruzamento de flashbacks e fast-forwards, as duas mulheres que habitam as duas vidas do conde Almásy), deixo esta imagem. O deserto, atrás. Reparem.


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