Tudo o que vale a pena não está aqui.



Bring back shoegazing


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Nestas coisas da música pop, tudo se movimenta em círculo, ou, mais precisamente, espiral, e aquilo que num dia está esquecido pode a qualquer momento voltar à tona, quando menos esperamos. Eu proponho reavivarmos o shoegazing, até porque há muito tempo que procuro álbuns dos Ride e dos My Bloody Valentine, e tem sido muito difícil encontrá-los. Há uma excepção, claro, como em tudo: em 2003 saiu um CD que se chama Feedback to The Future, uma compilação de bandas shoegazing organizada por um(a?) jornalista de uma revista on-line, Magnet Magazine. Estão todos lá, excepto os My Bloody Valentine, que não quiseram entrar devido a uma questão de direitos de autor; os Ride, os Swervedriver, os Lush, os Slowdive (que mais tarde deram origem aos Mojave 3, projecto muito interessante da área do slowcore, ao estilo dos Cowboy Junkies - a menina das duas bandas, Rachel Goswell, ainda anda por aí, parece que agora tem um projecto a solo) e os Drop Nineteens, que contribuem com uma música fantástica, Winona. Os nossos Phase estavam atentos ao hype shoegazing dos princípio dos anos 90, e isso nota-se no único álbum que editaram. Música bem feita, com potencial, e alguns pormenores técnicos a melhorar: a bateria, o sotaque, a produção açucarada (ou a escolha pessoal de soarem mais pop). Vale a pena voltar a ouvir aquelas guitarras planantes e vozes arrastadas, aqueles sons que parecem sair de um buraco profundo nos céus. (Curioso, lembrei-me do Donnie Darko, qual é a relação?). E por falar em cinema, quem se lembra do nome do filme independente americano onde aparece o Soon, dos My Bloody Valentine, no genérico final?


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