Tudo o que vale a pena não está aqui.



Grant Morrisson


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Depois de uma adolescência passada a ler Marvel e DC Comics, a admirar os argumentos complexos de Chris Claremont nos X-Men, o traço de Barry Windsor-Smith na série Wolverine, estranhando a revolução Frank Miller, primeiro no Demolidor e depois na B.D. em geral (a série Ronin ainda hoje é uma obra-prima), deparei-me com o trabalho de Grant Morrisson, quase por acaso. No princípio dos anos 90, foi entregue a Morrisson a tarefa de ressuscitar uma personagem da D.C. que estava esquecida, o Homem-Animal. O material de base não parecia muito interessante: um super-herói com o poder de absorver as características dos animais que se encontram nas proximidades. A genial mão de Morrisson, no entanto, revolucionou a série, e revolucionou a minha própria visão da B.D., primeiro, e do mundo, depois. O super-herói ganha uma dimensão humana, tem família, é um activista na área do ambiente e da ecologia. Numa das primeiras histórias escritas por Morrisson, impressionou-me o modo como o tema "experiências com animais" é tratado. Pode muito bem ter começado aqui a desenvolver-se a minha consciência ecológica. Mas o mais interessante estava para acontecer. A família do super-herói é assassinada por um mercenário contratado por uma empresa que estava na mira do Homem-Animal, e este entra em desespero. Angustiado por não poder ter estado em casa quando tudo aconteceu, começa a tentar encontrar uma maneira de voltar atrás no passado. Quando finalmente consegue (e isto não é inverosímil, lembro que estou a falar de super-heróis), descobre que não pode alterar o que passou, apenas observar. É então que nos damos conta de uma série de pormenores espalhados por histórias anteriores, vultos, portas a fecharem-se, sombras, ruídos estranhos. Todos estes sinais eram tentativas inúteis de avisar a família do que iria acontecer. Descoberto o logro da viagem no tempo, o Homem-Animal não desiste e tenta ir mais longe, apenas para conhecer o seu criador, o próprio Grant Morrisson, o homem por detrás de tudo o que lhe acontece. Soa familiar? Eu sei que isto não era exactamente novo, mas eu ainda não lera Bioy Casares, por exemplo. Para um miúdo de quinze anos, foi o início de muita coisa. Parte do que sou agora como leitor começou aqui, com Grant Morrisson e o seu Homem-Animal.

P.S.: Falarei ainda de Asilo Arkham, outra criação espantosa de Morrisson, que acabou sair numa nova edição da Devir.


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