Tudo o que vale a pena não está aqui.



Amerika


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Karl, de labirinto em labirinto, vai descobrindo o que de melhor a América tem para oferecer. Expulso do Paraíso, primeiro, expulso da terra dos homens, depois, Karl é conduzido por forças exteriores que não consegue (nem quer) controlar, até um fim que, sabemos nós, nunca será concretizado. O que Kafka pensara para Karl foi para sempre subtraído ao leitor, fiquemo-nos pelas conjecturas. Existe uma tal força na atitude passiva de Karl que, de modo algum podemos ficar indiferentes ao avanço inexorável da sua trajectória sem direcção aparente. E no esforço de Karl sente-se também a vontade de contenção de Kafka, o seu rigoroso ofício de esconder contando tudo, esmiuçando pormenores e fazendo crer que aquilo que o leitor vê é a vida inteira de Karl, quando ele apenas se limita a ser um autómato cumprindo o programa conceptual do escritor. O mecanismo de produção de angústia que reproduz na perfeição a realidade exterior ao real do livro.


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