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O Futuro


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Não, isto não é um arquivo perdido, e sim, em cima vemos Buck Rogers e a sua companheira, Wilma Deering, vindos directamente do século 25. Não sei a que propósito, lembrei-me de uma cena desta série onde podíamos ver um grupo de pessoas numa... digamos, discoteca, dançando ao ritmo de um som electrónico que mostrava, mais do que uma antevisão do futuro, o pior daquilo que se fazia na época da série: mistura de Disco xunga com pura cacofonia. Mal de nós se aquele futuro se concretizasse, mas ainda podemos chegar lá. (É mentira, é mentira.) Esta recordação estará relacionada com uma banda portuguesa, os Loto, que tenho ouvido recentemente? Ou com os The Gift, que tiveram a lata (e muito bem) de fazer uma cover do Bizarre Love Triangle, dos New Order? É a maré que volta, os 80 dos péssimos penteados e das melodias pop irresistíveis (como diz um anúncio da VH1) estão de volta. E não é só na música electrónica; o rock também anda por lá, numa trip saudosista que recupera Ramones (Strokes), Gang of Four (Franz Ferdinand) ou Joy Division (Interpol). Mas não era por aqui que eu queria ir. Interessava-me realçar uma coisa interessante que está relacionada directamente com o Buck Rogers: ao contrário do que se pensava já há vinte anos, a música sintética, de origem electrónica, não tomou conta de tudo. Pelo contrário; assistimos nos últimos anos a um revivalismo rock, como se, na volta da onda, regressasse ainda mais forte o espírito, ainda que em segunda ou terceira mão. A década de 90 foi a que mais próxima esteve de uma supremacia do electrónico sobre o eléctrico, durante o auge da rave culture e do techno eurotrash, mas, mesmo aí, surgiram respostas do meio do rock, ainda que pouco interessantes, como é o caso do movimento grunge. Nada é definitivo, portanto, no império do éfemero. Tudo passa, e retorna mais tarde. Mais do que fast-food, a música pop é reciclável, e por isso temos Madonna nos anos 80 e Britney Spears nos 90, Bee Gees nos 70 e Scissor Sisters na nossa década, Smiths nos 80 e... algumas bandas da vaga britpop, como os Gene, que tentaram, em vão, chegar aos calcanhares dos mestres. O que vai acontecer a todas estas cópias que agora vendem milhares de discos? Depois do domínio da britpop nos anos 90, quem ainda se lembra de bandas como os Bluetones, os Shed Seven, os Elastica? Apenas ficaram os Blur, os Suede, os Pulp (mas esses vinham dos 80) e claro, os alienígenas Radiohead. Pois é, também agora os temos aí, a passarem em rádios alternativas e depois a darem o salto para as play-lists das rádios comerciais. Isto que eu digo nada tem a ver com qualidade musical. Mas muitos poucos ultrapassam o limiar da genialidade. E alguns dos que o fazem nem começam por ser um hype. Aconteceu com os Radiohead: enquanto os media britânicos andavam entretidos com a lutinha Blur/Oasis, eles tornaram-se a melhor banda dos anos 90. E onde estão agora os Oasis? De qualquer modo, sit back and enjoy... the 80's!


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