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O que acaba por ser surpreendente neste romance não é a mimetização do estilo de Henry James, mas sim o modo como Lodge consegue transportar as preocupações habituais na sua obra para a vida de Henry James. James, o homem, acaba por ser uma personagem típica dos seus romances, passando por uma crise de meia-idade que se transforma em crise criativa e de ego, por vezes mesquinho, inseguro, nervoso e assombrado por uma homossexualidade latente. Mas não tiremos conclusões precipitadas; o escritor Henry James não é minimamente beliscado por Lodge. Existe até uma certa compreensão do seu fracasso, uma empatia de alguém que partilha as dores da criação com um semelhante.
Outras pequenas curiosidades nesta obra são a presença de Bernard Shaw e H.G. Wells como personagens secundaríssimas, críticos de teatro na época e os únicos que aplaudem a peça de Henry James que foi vaiada, Guy Domville. Oscar Wilde é também uma figura omnipresente. As suas peças estão constantemente a ser criticadas por James (em pensamento), que censura a sua frivolidade e wit improdutivo. No entanto, no dia da estreia da sua própria peça, James decide ir ver Um Marido Ideal, que é um sucesso de crítica e de público, fugindo assim ao possível desaire da sua obra. Um mês depois, quando a peça de James sai de cena, é substituída por aquele que seria o maior êxito de Wilde, A Importância de se Chamar Ernesto.
Os caminhos da criação são por vezes tortuosos, é uma conclusão a que se pode chegar. E são, neste caso, matéria-prima para o melhor romance de David Lodge, ponto de partida, quem sabe, para outro vôos ainda mais altos. Sempre um prazer, ler este Autor.


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