Com o prazer que me consola
e a necessidade que estico de maneira
a caber nela tudo o que não necessito,
vou preenchendo o mundo com perfeitos
sintagmas, compondo a frase imperfeita,
inevitavelmente volátil como um
fio de feno ardendo no verão.
Tudo atiro contra o feltro.
A minha mão enrola
os dados, eles saltam no côncavo da carne
e adivinham a seguinte decisão:
cair sobre o pano, na mesa
aleatórios,
as pintas revelando
uma mensagem que se assemelha
ao silêncio da tarde. (Esperando).
Cada dado é um dedo,
percorrendo cego
fendas, trilhos, cordilheiras
que um mapa leu no teu corpo.
No último capítulo, penso a solução:
a soma de todos os caminhos
é um número guardado no cofre de deus;
o algoritmo oculto que amansa o medo,
teu ventre onde nosso filho cresceu.