Tudo o que vale a pena não está aqui.



Director's Cut #10


E-mail this post



Remember me (?)



All personal information that you provide here will be governed by the Privacy Policy of Blogger.com. More...



Last Days, de Gus Van Sant
Em Last Days, repete-se o mecanismo de erosão aplicado às duas obras anteriores de Gus Van Sant, "Elephant" e "Gerry". O resultado final é quase como uma tela minimalista onde apenas respira o essencial: o motivo poético da auto-destruição, da espiral suicida. Poderia existir essa tentação, mas Van Sant acaba por não transformar Kurt Cobain numa figura estereotipada, o junkie que se verga aos clichés normalmente associados ao estilo de vida que os músicos rock costumam abraçar. Mas, por momentos, duvidei. Antes, quando vi o filme anunciado, e durante. E durante, senti acima de tudo o incómodo da exposição de uma figura que foi para mim, em tempos, um ídolo, essa temível palavra que todos desejamos esquecer depois de a idade adulta se tornar coisa que se possa referir com propriedade. A depuração formal evidencia o estado do espírito da personagem (que por nenhum momento deixa de ser o músico que se matou com uma arma, apesar do nome, Blake; apetece-me pensar, como em William Blake), a muda decadência que perpassa da tela é uma extensão que toca o espectador de um modo urgente e doloroso. Por enquanto, escrevo apenas isto. O texto que tenho guardado em draft, e que não sei se algum dia verá a luz da blogosfera, remete para outros sentidos da obra. Mais tarde, talvez.


Rascunhos

Arquivos

Outros Lugares



eXTReMe Tracker