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Sigur Rós (2)


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Bom concerto. Público excessivamente prediposto à adoração desregrada, liberta de sentido crítico. Não foi perfeito, pois não (parece que no Porto foi melhor), mas acabou por ser uma celebração de todos os que gostam da música, uma celebração também do poder de inscrição no inconsciente colectivo da mais abstracta das artes. Cantada ora numa língua estranha à nossa, ora num dialecto desprovido de sentido (o hopelandic), conjunto de signos fonéticos que se conjugam com o som preenchendo os espaços em branco criados pela malha sonora produzida pelos músicos, a música dos Sigur Rós consegue ainda assim criar nos seus ouvintes a impressão de reconhecimento, assegurando uma ponte entre o abstraccionismo do som sem palavras (música erudita ou instrumental) e a pop cantada, incluindo o refrão repetido à exaustão, mantras que se contorcem quase sempre em crescendo até ao final, explosão de som puro, surpreendente tangente ao rock mais cru e pesado. Tudo coisas que já conhecíamos dos discos, e que vimos reproduzidas neste concerto com pouca criatividade e uma fidelidade a toda a prova aos arranjos criados em estúdio. Noite memorável, contudo. Fria e densa como um dia de nevoeiro no mar, plena de desespero contido, nórdico e sentido. Mas tudo é dramatização, claro. A música é (sobretudo) isso. E nós acreditamos.


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