Tudo o que vale a pena não está aqui.



O deslumbre


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Sexo e literatura? Dois assuntos que se cruzaram em conversa de café, hoje. Recordar o deslumbre das primeiras coisas. Abrir um livro como se tocasse uma mulher. Um avanço às escuras, sentindo o terreno, suas irregularidades, caminhada em território inimigo. Preto no branco. Contraste. O primeiro tempo, ainda longe da costa. Em frente, recuar, aguardar. Diz o meu amigo que ler um livro agora é diferente. Quando tudo era desconhecido, mapa em branco, e precisávamos de preencher as coordenadas. E depois, quando ao ler nos líamos; quando ao encontrar as palavras alheias descobríamos que elas moravam já em nós. E calar, guardar. Recear perder a forma, entender o som único das coisas. Ruído de fundo de universo. Alguém (quem?) sussurrando o sentido ao ouvido. Agora é diferente. Quase tudo o que encontramos já não nos encontra a nós. Por isso relemos. Para voltarmos a ser encontrados. Falo de sexo ou literatura? O medo perdeu-se na meada das palavras, mas também no novelo dos corpos. Falo de sexo ou literatura? Da morte, e daquilo que arranjamos para a matar.


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