Tudo o que vale a pena não está aqui.



Ensaios


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Um passo à frente, um atrás. Outro, e outro, e outro. O meu desígnio de caranguejo é este, e lamento a falta de gosto e o cliché. Falo de futebol? Talvez, mas como uma vez escreveu Javier Marias, o sangue que se gasta nesse mundo de artistas que fazem do estádio espaço de representação é o mesmo que corre nas veias do escritor que se afoga devagar no lodo das palavras ou do músico que expulsa os demónios do corpo nesse tendeiro de exorcista, o palco. Afinal, isto não era a fingir. Rodeio o ponto de contacto entre flecha e alvo, ando às voltas como uma corda se enrolando em torno de uma estaca enterrada fundo na terra. Há referente (ou conjunto de referentes) para este texto? Há, mas reservo-me o direito da interpretação. Não fazem todo o sentido, quem se rala? Queria apenas falar de uma coisa que me persegue há dois dias: Ian McEwan volta ao tema da doença da desmemória no seu último livro, Sábado. A mãe do neurocirurgião definha num lar, apaga-se como risco de lápis num qualquer livro sublinhado da infância. Mas afinal, antes de morrer, o que perde ela? O mundo, que deixa de reconhecer. E a felicidade, perde-se dela? Não será antes um venturoso acaso da fortuna a doença do esquecimento? De qualquer modo, McEwan, neste segundo ensaio sobre o tema, fica longe do brilhantismo da primeira tentativa. Em algumas coisas, apenas se consegue acertar uma vez na vida. (Esta metáfora é uma das poucas pistas para a compreensão da obsessão nacional americana, o basebol. Devo-o à literatura, isto é, a Paul Auster). Auster, Auster, saiu um livro dele. Mas antes, Paris de Vila-Matas. Ou o Porto (cidade). Disso falarei, tenho a certeza.


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