As duas vozes se encostam, dançam lado a lado na noite
E cantam
Afastando a coruja de seu voo rasante, suicida,
Atraindo de seu covil o animal que hiberna.
Uma diz, estreita meus braços no escuro,
Aperta, e pergunta: és tua a outra que mata
Ou aquela que come meu medo, devora o meu silêncio?
Outra responde, limpando as palavras de suas escórias,
Acendendo o sentido na haste que arde no seu corpo.
"Há um muro que abriga musgos desprovidos da qualidade vegetal
Do verde,
Em que apenas a penumbra se alimenta, se instala, um visitante
Primeiro indesejado, depois parte da família lá de casa."
Apesar do enigma deixado no ar pelas palavras,
Ela continua a dançar, e forma com a outra a dupla hélice;
o desejo, poderosa emergência do humano.