Tudo o que vale a pena não está aqui.



O peso de Deus


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"Consigo sentir Deus, mas não o posso medir, quantificar". O que um crente dirá é isto, mais coisa, menos coisa. O maravilhoso do conceito é que parece uma explicação realmente simples para a complexidade de tudo, certeira na sua simplicidade. O problema é que é uma explicação redutora, que impede o Homem de tentar encontrar algo que seja mais definitivo e claro. No limite, pomo-nos nas mãos de uma entidade abstracta porque temos medo de ultrapassar os limites do nosso próprio conhecimento. Ao vermos Deus continuamos a olhar para as sombras projectadas na parede da caverna, longe da luz clara do dia, que não será mais que o conhecimento completo de tudo o que nos rodeia. A única religião presente na alegoria da caverna terá mais a ver com ideias que relacionamos com a espiritualidade oriental (a transmigração das almas, a encarnação) do que com aquela que actualmente domina a cultura ocidental, a religião judaico-cristã.
Existem duas categorias de crentes: aqueles que rejeitam qualquer relação da religião com a ciência (que continua a ser o que mais se aproxima de uma explicação válida para o mundo), e aqueles que tentam encontrar na ciência uma resolução do problema "Deus". Estes últimos vão inevitavelmente dar ao "Big Bang", o fenómeno definidor do espaço de Deus no tempo. Para além do Big Bang nada sabemos, por isso aí deve estar Deus, no ínicio de tudo o que não conhecemos. Ora, este argumento é demasiado simples e pode ser desmontado. O que não sabemos é o que existe antes, por isso me parece que é ali que reside, por enquanto, o limite do nosso próprio conhecimento. Mas esse limite não é fixo, as teorias que actualmente explicam o funcionamento do Universo são mutáveis, a História da Ciência assim o prova.
Caímos assim no eterno dilema: como medir Deus, se não possuímos os instrumentos necessários para o fazer. Será que Deus se colocou num plano muito além da razão humana, ou simplesmente não existe, ou melhor, não é? Haverá sempre fenómenos inexplicáveis no mundo, desse modo Deus irá nos acompanhar durante muito tempo. Um ateu dirá que apenas existe física, e se esta não consegue explicar Deus, então é porque ele não existe. Um crente dirá que o facto de a física não explicar Deus apenas prova a sua existência; ele estará sempre inacessível à razão humana, é isso que o torna Deus. Quem consegue provar a sua crença? Deus, apenas?

(É claro que este assunto não cabe num post apenas. Limitações de um blogue.)


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