Tudo o que vale a pena não está aqui.



O conhecimento do mundo


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Há factos que ignoro, coisas que desconheço, relações cujo sentido me é vedado. Gostava de saber as árvores de cor, desvendar nomes de plantas, possuir o cheiro das flores e aquilo que as designa. Meditar sobre a benevolência desta evidência não é algo que caiba aqui, agora. Ao reentrar em casa, há pouco, ouvi um canto de ave. Lamentei, uma vez mais, a pouca propensão para o saber enciclopédico, a fraqueza de uma memória que já reteve mais informação do que agora. Juro que li, ou me disseram, o nome desta ave que canta a noite como se fosse o dia, mas apenas me ocorre a palavra rouxinol, pássaro que acorda com a madrugada. O regresso ao covil é o caminho mais difícil, mas, do fundo da noite, a alegria espreita. Apesar da incerteza do mundo, do desconhecimento dos fundamentos simples da natureza.


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