Tudo o que vale a pena não está aqui.



Antiga forma #3


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Como o silêncio que subia das faias que se tinham calado. Um momento seguindo desde as folhas, o múrmurio bruscamente interrompido, ela a meio de uma frase. No terraço sobre a água eminente, as mesas dispostas em volta da mesa, quatro. A mesa e sobre ela o lanche. Chá, e água parada no copo. Ela mordendo um sorriso suspenso, ele observando o pedestal onde a Medusa repousa. Cruzando-se, as linhas cortam o seu raio, e o ângulo formado pelo corpo dela, rente à mesa, abre-se ao sol.
- Deixa-me dizer-te.
- O quê?
- O que tentei sussurrar-te há pouco, na festa.
- Não, agora preferia não saber.
Se olhassem, incendiando o céu num voo nervoso, veriam a ave de rapina. Ou talvez apenas imaginassem, e ela trazia nas garras um filhote de milhafre, raptado do ninho que se esconde na vulnerável rocha.
Alguns minutos depois. O lábio superior esbatendo o vermelho sanguíneo no rebordo da chávena branca, o perfil dos torreões do forte, ao longe, vincando o azul do céu. Os dedos brincando, vagarosos, com o cabelo louro que espreita do lenço. Cetim, azul no azul da tarde quente.
- Talvez o mar nos espante. Afaste esta modorra.
- Duvido.
E ela vingou-se. Sentiu, imaginou sentir, antes de sentar-se na cadeira, uma tensão subtil na mão dele passeando pela dobra da orelha. Soube, de antemão, o que se seguiria.
As ruínas de vidro da estufa faiscando ao sol, cegando a casa. Atrás deles, a casa esquecida do homem que dormia para fora da manhã, longe do tempo que corria.


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