E por falar em neurocirurgião
Arquivado quinta-feira, novembro 03, 2005 por Sérgio Lavos | E-mail this post
Mais uma figura que arde no fogo lento do mediatismo bacoco aqui do nosso cantinho. Um currículo invejável na sua área de investigação, o respeito dos pares, para quê? João Lobo Antunes, neo-apoiante de Cavaco, coloca-se em pontas, quem sabe se despeitado pela fama (relativa) do irmão. Escreve sobre livros, e mal. Os textos sem nexo, excessivos nas laudas e frágeis na argumentação, dão todo o ar de frete, um favor ao desejo sem rédeas de aparecer. Há uns anos, publicou um livro sensato e bem escrito, Um Modo de Ser, agora estamos bem longe da honestidade dessa primeira exposição ao julgamento do público. Ah, dizem-me que também já havia apoiado Jorge Sampaio. Que seja, aumenta a minha desconfiança. Um cientista não precisa das luzes da ribalta, da vaidadezinha camuflada de apego à causa pública. E há mais, há mais. Se para alguma coisa servem as comissões de honra, é para pôr a descoberto a menoridade de certos caracteres. Artista ou personalidade que se preste a ser a flor na lapela do político não merece consideração. Em alguns casos, com muita pena minha. E isto não será o contrário do objectivo eleitoral pretendido? Qual a eficácia das comissões de honra? De candidaturas a um lugar que é quase apenas protocolar, a prateleira dourada do poder? Tenham dó.