Ossos
Arquivado quinta-feira, novembro 24, 2005 por Sérgio Lavos | E-mail this post
Um esboço é sempre provisório, a sua condição precária é permanente, será inútil procurar coisas que se fixem na sua órbita e estabilizem, a cada momento outro corpo celeste atrai de modo irresistível o que antes por aqui pairava. Nome mais apropriado não encontrei, mas até esta afirmação padece do mal da brevidade, não sei se mudarei o que agora me parece definido. A natureza volátil daquilo que agora se submete ao julgamento de quem do outro lado espreita, displicente, procurando o quê? a próxima surpresa, quando se torna habitual o que agora surge, com o passar do tempo perdemos o poder de criar a novidade, tudo se torna repetição, variação sobre o mesmo tema, mas quem procura não entende a novidade, cria ligações, constrói uma rede que atravessa o tempo desde um passado que apenas existe na memória até um presente que se limita a ser uma cópia do passado, um desconsolo de imperfeição, rascunho devagar sumindo-se. É isto.