Tudo o que vale a pena não está aqui.



Repetição


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Duas possibilidades de acontecimento no meu regresso: ou nada mudou ou tudo está diferente. Uma confissão: quando viajo desligo um pouco o mundo, seguro de que ele continua a funcionar com os seus mecanismos automáticos e de que as estatísticas continuarão a funcionar de acordo com as leis das probabilidades. Acontece-me quase sempre, porém, fantasiar pequenos terremotos, imaginar que no meu regresso o mundo de onde parti foi abalado de modo irremediável, e que, acontecendo assim, eu não poderei voltar já para o conforto do quotidiano igual de onde parti, e terei de me adaptar de novo a tudo. Desejo nunca satisfeito, como se conclui rapidamente, e a verdade é que mais depressa nos adaptamos à mudança do que ao conforto de hábitos antigos, quem o escreveu em tempos nem precisa de ser lembrado aqui. Mas na realidade as marcas de acontecimentos extraordinários na minha vida estão inscritas no tecido regular do tempo, não existem fora dele. Os abalos mínimos dos quais podemos afirmar sem dúvida o local e dia exacto onde estávamos quando os presenciámos inscreveram-se na sensaboria do quotidiano e nele se fixaram, nem poderia ser de outra maneira.
De resto, quando me desviei durante alguns dias do percurso previsto, saberia que regressar seria também um gesto de pura banalidade, engolido pela voracidade do tempo, o fenómeno que melhor traduz a impotência do Homem perante aquilo que não compreende.
Não devemos portanto empolar a dimensão de certas coisas, antes moldá-las ao desígnio esvaziado de sentido que atribuímos aos dias que correm, indiferentes.
O valor de ser fluindo de forma elástica, incalculável.


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