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Umas linhas atiradas para cima da mesa,
vários itens:
superar como um curto intervalo no vento
as tarefas que se apresentam;
suportar aquele peso discreto sobre os ombros
de que os outros nem querem ouvir falar;
trazer para casa um cão abandonado,
deixá-lo sentar-se aos pés, lamber as mãos,
roer os ossos frios dos mortos que sorriem nas molduras;
equilibrar os passos sobre os degraus
vertiginosos que separam o tempo
da floração das laranjeiras deste em que
braços olhos roupas se cansam de esperar
o declínio da noite onde a casa se inventa.

Como se fosse possível
que a falha se fundisse,
cerzida sem cicatriz à membrana da memória,
às sombras diluídas na parede.

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