Pop
Arquivado quarta-feira, dezembro 15, 2004 por Sérgio Lavos | E-mail this post
Tenho saudades dos posts em que tinha muitos comentários, mas tenho vindo a descobrir que a música é que tem saída na blogosfera. (Pelo menos na região da blogosfera que eu frequento.) Mas quando comecei isto, a minha ideia era escrever sobre aquilo que gosto, sem polémicas, sem gracinhas, e, principalmente, sem posts de natureza política. Esta última promessa quase que a quebrei num dos primeiros posts, mas tenciono mantê-la. (Não é que o mundo passe por mim sem eu dar por ele, mas já existem tantos blogues a cascar e a elogiar os diferentes quadrantes políticos que acho que não vale a pena ir por aí. Além disso, a política, assim como o futebol, discute-se melhor em conversas de café.) Voltando à ideia inicial, a música é que acaba por ser o assunto mais interessante (e polémico) para se discutir. Mas, azar dos azares, cultivo uma indiferença em relação à maior parte dos hypes do momento. Não compreendo como se pode gostar de coisas como os Scissor Sisters sem se ter ouvido com atenção os discos dos Bee Gees, do Elton John dos 70, ou do George Michael de Faith. Não entendo o gosto pelo electroclash, que entretanto até já passou de moda, (só os Gift é que ainda não perceberam isso), sem se ter passado pelo leitor de cd's a new wave da transição dos 70 para os 90, ou ouvido com insistência os discos dos Duran Duran, OMD ou Human League. O mesmo se pode dizer de bandas como os The Vines, ou os The Datsuns, no caso dos segundos pegando em coisas abaixo de cão que foram feitas nos anos oitenta. (Van Halen, voltem que estão aperdoados.) Atenção, eu não digo que os músicos destas bandas não ouviram os originais, mas será que os fãs ouviram? Será preferível a cópia ao original? Das bandas que andam por aí que são cópia mas que valem realmente a pena apenas destaco os The Strokes (estes de certeza que vão ficar), os Franz Ferdinand e, é claro, os The White Stripes (bons em qualquer época). E gosto do som dos The Rapture (apesar de estarem muito colados aos The Clash) e dos Yeah, Yeah, Yeahs! Provem-me apenas uma de duas coisas: ou que estas bandas todas retro qualquer coisa são realmente inovadoras (ah!ah!ah!), ou então, que sejam originais na cópia, musicalmente válidas. Quantos ficarão, daqui a cinco anos?