Tudo o que vale a pena não está aqui.



Achados e Perdidos #11


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Mirror, mirror, on the wall...

Blogger que se preze mais cedo ou mais tarde acaba por publicar um post sobre a actividade blogueira. Eu já o fiz, mais que uma vez, mas nos primórdios do blogue. Relendo os textos que escrevi então, salta à vista a puerilidade da coisa. Cheguei a considerar, em tempos, o Abrupto (sem link) um exemplo a seguir. Raramento o visito, actualmente, e ainda menos visitarei depois de ler o livro que acabou de sair do Gato Fedorento (sem link, outra vez) e rir-me com vontade da série de alfinetadas que Ricardo Araújo Pereira, de quando em vez (gosto desta expressão, a sério que gosto) espeta no JPP, a propósito de todas as calinadas que o prezado político (principalmente isto, político) e comentador dá no seu blogue. Mais ou menos 6 meses depois, posso já afirmar com toda a certeza aquilo que me interessa na blogosfera, mas nem pensar dizê-lo aqui. Há dias em que me apetece assim, outros assado. A maior parte das vezes os textos demasiado compridos aborrecem-me porque fico sem tempo para publicar o post da ordem, nisso tenho de concordar com o Pedro Mexia (que não deixa de ser uma das mais regulares visitas). Há excepções, claro. Há umas semanas, deparei-me com uma entrevista daquelas que se podiam emoldurar se vivêssemos num país decente ao nosso querido boémio de estimação, Luiz Pacheco. Foi no Esplanar (nem pensar em link), mas o esforço do autor, João Pedro George, foi mínimo. Com Luiz Pacheco, é o entrevistador que ganha brilho, basta deixar a fita correr. Mas o blogue chove não molha, encaixando séries e séries de posts curtinhos para o pessoal não esmorecer na leitura acaba também por enjoar. É preciso tentear (outra palavra que prezo) a coisa, conseguir um equilíbrio entre imagens, textos curtos e textos longos, frases lapidares e testamentos literários. Muito difícil de atingir, este nirvana da blogosfera. Bem, em frente, que estou já a contrariar uma regra enunciada por mim, apenas algumas linhas acima. Mas enfim, parece-me que um blogue será mesmo um espécie de diário do outro (que não nós próprios, o outro que é ficção), por isso aqui pode caber o que muito bem me apetecer. Não tenho de desembolsar nada por eventuais falhas e fraquezas que os textos possam ter. - A não ser, é claro, a humilde dignidade que um blogger pode ainda manter. Não, de facto não era isto que queria escrever, mas o resultado final raramente corresponde à ideia inicial. Nos blogues como em tudo. E agora deixem-me procurar uma imagem para colocar lá em cima.


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