Tudo o que vale a pena não está aqui.



Kafka


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«Todas as pessoas que conheceram Franz Kafka na juventude ou na maturidade, ficaram com a impressão de estar circundado por uma "parede de vidro".»

Não será suficiente razão, mas sempre assinala um ponto no mapa a percorrer durante os próximos tempos. Viagem complementando leituras de adolescência, seguindo indícios que vêm de longe. Admirável, quase tudo nesta biografia de Kafka, saída em Portugal já em 2001. Desde o rigor gráfico, as cores (discretas), o papel utilizado, a elegância dos caracteres, a composição quase perfeita. Até à tradução de Ernesto Sampaio, escritor de quem se pode afirmar sem pieguice que de facto morreu de amor, não sem antes ter escrito um livro indefinível (e belo), Fernanda. Pormenores, de resto; o labor ao traduzir este texto do italiano de Pietro Citati é evidente. Kafka-Viagem às Profundezas de Uma Alma (edição Cotovia). Deixa-me bastante satisfeito o enviesamento das minhas leituras. Nada do que por aí anda verdadeiramente me interessa (por enquanto), aflige-me o afã consumista, tal confusão de leitores desorientados em busca do próximo graal momentâneo, do conselho do outro, de alguém que os apascente por esses desconhecidos prados da literatura. Com letra pequena, óbvio.


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