Canção de amor (primeira variação)
Arquivado terça-feira, fevereiro 16, 2010 por Sérgio Lavos | E-mail this post 
A respiração - diagnóstico para um corpo
a caminho do estertor, a vibração certa,
o arpejo horizontal, Deus regressado de viagem
e a porta aberta de casa quando
a amada ideia,
o dúctil objecto que desliza entre o indicador e o polegar,
na cadência regular das esferas,
se retrai e contorce e eu saboreio
no lençol frio a sobreposição da morte,
nesse duelo transitório;
inspirar, expirar,
a cinza da palavra soprada
r e s p i r a r
e a língua seca
sem que aquela familiar desilusão - dança, dança -
se apodere do sopro acelerado do teu corpo.
amo-te do fundo da ruína, a velha canção.
Etiquetas: Poemas