Tudo o que vale a pena não está aqui.



Querido diário


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Com a idade,
um homem ganha vícios
e virtudes de que nem desconfiava quando novo;
e a noite é a necessária testemunha
destas consequências,
vai-se perdendo cabelos e o sono,
engodos e canções de infância;
nem a leda companheira de sempre,
melancólica e servil, a querida morte,
consegue aquecer o coração,
tomado pelo transtorno.

Não vale a pena puxar pelo cansaço,
usá-lo como desculpa para a fuga do costume;
é essa a decisão, preferir não erguer
o cerco à vida, deixar-se dormir
fora de tempo, sonhar com o dia
em que se entende que tudo o que os livros ensinam
é o início de um fogo - a sabedoria
o combustível eficaz da entropia.

Se não se aproximar de outra forma,
o vento nocturno é como a história, repetida,
e vai chegando com o fim do verão e o previsível frio,
circulando pelos ramos nus das árvores como
o tema que conduz esta barca ou o sangue
que sobe ao rosto no declinar dos confessados vícios
a que submeto a sublime amargura.

Ele por aqui está, e na companhia dele
regresso ao lugar onde o tempo se perdeu,
ao primeiro golpe da gadanha.

Não sei o que mudou - quando acordo,
tudo recomeça.

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