Tudo o que vale a pena não está aqui.
De um livro que voltou à superfície
Arquivado terça-feira, janeiro 25, 2005 por Sérgio Lavos | E-mail this post
Um feixe de luz trespassa a pele.
Circula pelo sangue, vibra, e ao atingir o coração - com sua melodia de lumes e de ecos - transforma os ritmos imutáveis das seivas e das artérias.
Sempre foi difícil mergulhar para dentro de um corpo.
Não se sabe se haverá regresso e ele não pode afirmar:
- A vida do meu corpo é a minha vida.
Porque aquele que percorre o escuro das veias, arde - e os astros que levava consigo ficaram envoltos em chamas.
As mãos azuladas cobrem-se com esta cor esbranquiçada, que mais não é do que um presságio de cinzas. E o corpo, com suas texturas e viscosidades, é o túmulo da noite.
Nele coagulam os fogos celestes e se apagam as paisagens.
in
O Anjo Mudo, de Al Berto