Tudo o que vale a pena não está aqui.



Isto não existe


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A minha vontade é ignorar o país que se passa lá fora, a pouca-vergonha, o desplante, o bater no fundo constantemente ultrapassado, a cópia barata de uma qualquer república das bananas sul-americana, a razia dos políticos decentes (e existirão eles?), a desconfiança total nas instituições, a promiscuidade venérea entre privado e público, os favorzinhos, a incompetência profissional, os hipócritas risinhos eleitorais, a lama atirada a culpados, todos culpados, e inocentes (quem?), a desfaçatez das ilegalidades a que estamos sujeitos, enquanto meros votantes e contribuintes, a lavagem cerebral decretada por uma televisão que nos atira à cara medíocres e glorifica fugitivos e ladrões, o progressivo alastrar de cópias defeituosas do inane Alberto João, a complacência portuguesinha que provoca urticária até ao osso, a miséria burguesa das prestações que se acumulam e que vai mantendo as consciências espartilhadas, o assobiar para o lado perante a corrupção que toma conta de tudo, do estado até à mais ridícula banca de mercado, esta pátria de faz de conta que está mesmo a pedir outra revolução. Até quando? Até quando suportaremos o povo que elege estes políticos, estes políticos, a maldita mentalidade lusa que não deixa sair o país onde nasci da cepa torta?


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