Bicicleta
Arquivado quinta-feira, novembro 06, 2008 por Sérgio Lavos | E-mail this post
Começar numa linha recta, cortada por uma circunferência alargada – como se na inversão da primeira ordem se cumprisse a aprendizagem. Uma outra circunferência, vertical, rasgada por doze linhas paralelas; outra ainda, à frente, em tudo igual. As duas circulam no centro do movimento horizontal, e rodeiam o outro movimento, circular, parado no seu próprio coração. O movimento que impulsiona o espaço, deslizando sobre o equilíbrio precário do corpo esticado, pés nos pedais, tensão concentrada num ponto cego do espaço instável, músculo distendido em esforço desnecessário – o erro que persiste pela vida fora.
Uma roda de fogo que se ateia. Uma cauda devorada pela serpente. Circuito fechado da infância.
No fim, mais um joelho esfolado, a promessa de sangue respeitada.
Etiquetas: Poemas