Não espero uma verdade,
mas reclamo da noite algumas
palavras.
Perdidos e reencontrados, desconhecidos
que nos entregam o desconsolo
de uma casa distante, proletários
da meia-noite à espera do silêncio
que se intromete na cadência afectiva
do metropolitano; obrigado,
remeto-me ao papel de analista
provisório, entre sombras e máquinas,
olhares de passagem no vidro da carruagem.
Talvez não seja permitida uma possibilidade de reconhecimento.
Os passos que reconduzem a vida ao seu eixo,
de tanto se repetirem, evitam a provável realidade.
A partir de uma hora certa, limito o desejo
à regular providência da genética, recusando
a prova final de uma derrota.
A verdade, apenas; clausura voluntária,
enfrentar o arrependimento.
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