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Ode de noite


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A noite redimida: é tarde e deixo de parte
o poema de Pound que tentei traduzir; algumas palavras
ensaiadas contra o elástico do tempo, balançando
de volta contra os meus versos, a que não resta outro
destino que não seja o muro da redundância.

O esforço é um resumo breve, estudantil e envergonhado,
o dicionário espesso de um lado,
a caneta e o papel do outro; mentira:
nenhum papel e nenhuma caneta, movimento na cama
e ruído baixo de um teclado debatendo-se na rede de chuva.

O que tentar, agora? Na dor do estômago há uma verdade,
a que submeto as frases excedentárias da minha eloquência:
ela decide, e opta pela desistência, mas a febre persistente
arde na ponta dos dedos; ah, como espero de olhos abertos
o delírio que virá, e abraço a alegre rendição do poema.

(Sem declamação, verso grave, silencioso, a caminho de calar-se
como um temporal a termo certo.)
No outro papel, o poema acompanha o uivo do cão
na noite, e lamento o lugar comum, mas o cão uiva mesmo,
e é noite. Cada verso novo, o velho mundo volta.

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