Começa a tornar-se evidente que o governo federal podia e devia ter feito muito mais no aftermath do furacão. Avaliar até que ponto as políticas de George W. Bush contribuiram para a ineficácia da protecção civil americana é o passo seguinte. A questão é simples: o desvio de fundos para o combate ao terrorismo e para o reforço da segurança interna levou a que se fizessem cortes em várias áreas fundamentais, incluindo, por exemplo, os serviços de engenharia que faziam a manutenção das represas que contêm as águas em redor de Nova Orleães. A Guarda Nacional, que devia actuar em situações como esta, tem os efectivos em baixo, em consequência da presença de milhares de reservistas seus no Iraque. Conclusões que já estão a ser retiradas pelos americanos, como se pode ler nestes dois editoriais do New York Times. O tempo vai se encarregar de mostrar até que ponto o governo central é culpado da catástrofe humanitária. E aí então podemos criticar Bush, sem qualquer sombra de demagogia ou cinismo.