História de amor
Arquivado sexta-feira, dezembro 05, 2008 por Sérgio Lavos | E-mail this post
O amor,
prolongar a morte,
comprimidos atravessando em vão o poema,
evitam a árvore que se ergueu na noite,
o amor
bater a porta com a potência calculada de um remate,
sair de casa.
Sair da casa, e a casa,
suspensa por cordas, declina a sua sombra na memória;
está tudo ali, colado ao frigorífico: a lista do supermercado,
a lua e dois sóis roxos, o número de telefone para as emergências,
o amor.
Na recusa de um prolongado sofrimento,
aceita a renúncia, o abandono;
O amor é uma sala de espera,
vazia de gente, lugar frio;
a espera do silêncio que virá.
Etiquetas: Poemas