Tudo o que vale a pena não está aqui.



História de amor


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O amor,
prolongar a morte,
comprimidos atravessando em vão o poema,
evitam a árvore que se ergueu na noite,
o amor

bater a porta com a potência calculada de um remate,
sair de casa.

Sair da casa, e a casa,
suspensa por cordas, declina a sua sombra na memória;
está tudo ali, colado ao frigorífico: a lista do supermercado,
a lua e dois sóis roxos, o número de telefone para as emergências,
o amor.

Na recusa de um prolongado sofrimento,
aceita a renúncia, o abandono;
O amor é uma sala de espera,
vazia de gente, lugar frio;

a espera do silêncio que virá.

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