Tudo o que vale a pena não está aqui.



O pessimista impenitente


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Maus fígados. É a expressão que se costuma usar para classificar indivíduos como Vasco Pulido Valente, o cronista do reino, todas as sextas, sábados e domingos, no Público. Lado a lado com Miguel Esteves Cardoso, continua a vergastar os males deste país transformado em manicómio. Os que cá vão vivendo de maneira disciplente, assobiando para o lado, acusam-no de ser pessimista, um niilista sem emenda. Mas não o conseguem desmentir, ou sequer criticar. O poder de Pulido Valente deriva da sua costela novecentista, não há dúvida de que ele aprendeu bem a cartilha de Eça e Ramalho Ortigão. A prosa equilibra-se entre a ironia e a amargura, o realismo e a desconfiança pura, mistura em iguais doses fel e acidez venenosa. Sem volta a dar, portanto. Leia-se o artigo de hoje, o de ontem, e quase todos os anteriores. O realista impenitente.

P.S. A minha mágoa: que ele seja de direita, e que na esquerda não exista ninguém que se compare. O mesmo é válido para Miguel Esteves Cardoso, ou mesmo Miguel Sousa Tavares. O que me deixa a pensar...


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