Tudo o que vale a pena não está aqui.



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Uma casa de infância, sem uma luz ao fundo, para guiar os teus passos; a rua desce ao encontro da garganta aberta da noite; em redor dos candeeiros, morcegos inquietos questionam o grande vazio, que lhes responde em forma de reflexo sonoro distorcido. Entre cada intervalo, caçam insectos que flutuam no halo das lâmpadas; entre duas armadilhas, esgotam as hipóteses de sobrevivência. Esperas ouvir os cães ladrar - ainda é cedo. Os cães acordam as madrugadas e precedem o canto dos galos - dizem que se ele canta cedo, meia-noite, alguém morrerá. Não há ameaça no latido dos cães, mas acordar com os galos pode trazer a pior das notícias - ficar perdido numa história contada por um velho num sonho.
Os vultos dos pinheiros recortados na lua desfocada pelo sonho - pisas a caruma, alguma carcaça mole e escorregadia, e julgas caminhar rente ao muro que te resguarda do esquecimento; então, regressas ao lugar da verdade: outro sonho. O dia é um pneu velho pendurado de cordas gastas, um reflexo de crianças num vidro partido, um rasto de pegadas resvalando pela encosta abaixo, uma memória incerta de riso, brados, felicidade; mas tudo muda - e a casa de infância é uma longa noite sem regresso.

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