Tudo o que vale a pena não está aqui.



Um cão


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O cão não cede o seu lugar a quem chega de noite.
Atiçado pelo movimento, morde as pernas
e ladra ferozmente – mas vigia quem pode a entrada do Inferno -
e a um animal de estimação, mesmo que tresmalhado,
não é admitido o posto de entrada.
Por isso atira-se aos transeuntes do regresso,
sombras no meio de vivos, a entrar no sono,
e na sua fauce, por entre a ira de animal,
respira a melancolia do abandono.

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