Tudo o que vale a pena não está aqui.



Técnicas antigas


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Os pássaros nas árvores, em trânsito,
o vento leve de verão levantando as saias das mulheres,
as crianças brincam - sabem mais do que as regras
dos jogos em que se envolvem, riem
e não podem conhecer o futuro.

Na curva da rua da minha casa,
uma moto arranca folhas ao asfalto, e os adolescentes
parados na esquina admiram a beleza íntima
da máquina - intenções e argumentos resumidos a
uma rotina pacifica, os rapazes fogem das raparigas
com os olhos e não se entregam à técnica
furtiva da sedução.

Mas a verdade, mal ou bem, não se encontra
no esquema simples dos objectos ou na sequência dos dias;
muito menos nos hábitos regulares do engate,
outro modo de falar de genética, providência
de uma razoável tristeza,
programação.

Não sei até que ponto
me aborrece esta modorra,
saber que cada fenómeno, alegria,
é o resultado de uma combinação química diferente,
aquilo a que alguns insistem em chamar alma.

Não sei até que ponto, enquanto a tarde
se acomoda à noite, me vai doendo a desilusão,
terna companheira de cada dia,
único grande amigo que fiz, a bela ficção.

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