Tudo o que vale a pena não está aqui.



Um coração


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Um coração íngreme e pleno
passeia-se pela cidade, e eu não o posso acompanhar,
ele vai e apenas o observo,
o movimento esquivo,
à procura em cada esquina de um pouco desse
sentimento sobre o qual se escreveram alguns tratados,
ah, mas não é o amor,
o coração quer um corpo de mulher,
e a sua doçura intermitente,
rio de corrente incerta,
uma mulher para conversar durante o tempo todo
que a tristeza decide pagar uma visita,
sem pressentir o fim do caso,
o momento em que os amantes se encontram
e preenchem o silêncio com banalidades,
ou então com a destruição da última parcela de desejo,
elidir o momento em que a erecção se esgota.

Um coração tomado pela febre da fuga,
e não o consigo controlar, vejo-o ao longe,
e já lhe sinto a falta, a dolorosa memória -
arde, e arde a sério, a humanidade que me resta.
Se o deixar ir, a caminho da derrota,
talvez ainda me salve.
De entre os cigarros que sobraram, escolho o menos amarrotado
e invento qualquer coisa: quando acabar de fumar este cigarro,
será o último. Mas, maldita analogia,
o desejo não é o último cigarro. Quanto tempo
ainda terei para fumar, deixar o papel ser comido pelo fogo,
terminar?

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