Tudo o que vale a pena não está aqui.



Escapismo


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Sobre o caso, apenas posso dizer uma coisa, meretíssimo: o que eu achei estranho, estranho mesmo, foi o que se seguiu a eu ter descoberto a casa vazia. Quer dizer, um homem recebe um prémio tão importante como este, combina uma hora para o receber, está à espera de uns jornalistas que eu prometi levar, eu toco à campainha uma, duas, três vezes, ninguém atende. Bato ao de leve na porta, ela abre-se, eu entro, peço aos jornalistas para esperar e deparo com a situação, o cheiro a pólvora, a janela aberta, o gás a encher a casa com o seu fedor, a corda dependurada do tecto, os comprimidos sobre a mesa, a adaga japonesa na cama e o artista, caramba, não está lá. Procuro em todas as divisões, espreito pela janela, nada. Mas a verdade é que o estranho, e ao mesmo tempo o que fez todo o sentido, foi a música que tocava: How to Disappear Completely. O mágico tinha conseguido escapar à morte, parece-me, e naquele momento, por Deus, tive a certeza de que nunca mais ninguém o veria. Por isso voltei para os jornalistas e inventei a história que inventei. Como se poderia justificar tal coisa?

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